O uso leviano destas palavras, amor e ódio, contribuiu para esvazias o seu significado. Já não compreendemos a profundidade das afirmações que descrevem um Deus amoroso que odeia o pecado. Assim, o retratamos como um ser gentil e bondoso – um ser cósmico fácil de ser convencido, e nosso conceito daquilo que Ele odeia fica prejudicado por nosso falso juízo e por nossos pensamentos errôneos a seu respeito. As palavras dos profetas colocam-se em total contraste com essas falsas concepções. O ódio de Deus é real – ardente, consumidor e destruidor. Ele odeia o pecado e adota a postura de um justo juiz, pronto para administrar o castigo a todos aqueles que desafiam sua autoridade. O amor de Deus também é real, tão conciso que Ele enviou seu Filho, o Messias, para salvar e receber o castigo no lugar dos pecadores. O amor e o ódio estão em uma mesma condição – ambos são eternos, irresistíveis e insondáveis. Em sete breves capítulos, Miquéias apresenta seu verdadeiro retrato de Deus – o Senhor Todo-Poderoso e supremo, que odeia o pecado e ama o pecador. A maior parte do livro é dedicada a descrever o castigo de Deus sobre Israel (o Reino do Norte), Judá (o Reino do Sul) e sobre todos os habitantes da Terra. Esse castigo virá “por causa da transgressão de Jacó e dos pecados da casa de Israel” (Mq 1:5). E o profeta lista seus patentes pecados, inclusive desonestidade (Mq 2:2), roubo (Mq 2:8), cobiça (Mq 2:9), devassidão (Mq 2:11), opressão (Mq 3:3), hipocrisia (Mq 3:4), heresia (Mq 3:5), injustiça (Mq 3:9), extorsão e mentira (Mq 6:12), assassinato (Mq 7:2) e outras ofensas. O juízo de Deus virá. Em meio a esta terrível previsão de destruição, Miquéias também inclui a esperança e o consolo porque também descreve o amor de Deus. A verdade é que o castigo somente seria aplicado após serem apresentadas inúmeras oportunidades de arrependimento, para que voltassem à verdadeira adoração e obediência – “que pratiques a justiça, e ames a beneficência, e andes humildemente com o teu Deus” Miquéias 6:8. Mas, mesmo em meio ao juízo. Deus promete libertar a pequena minoria que continuava a obedecer-lhe. Ele afirma: “...e o rei irá adiante deles, e o SENHOR, à testa deles” Miquéias 2:13. O rei, naturalmente, é Jesus, e lemos em Mq 5:2 que Ele nascerá como um bebê em Belém, uma inexpressiva cidade de Judá. Ao ler o livro de Miquéias procure captar um instante da ira de Deus em ação, quando Ele julga e castiga o pecado. Veja o amor de Deus em ação quando oferece vida eterna a todos aqueles que se arrependem e crêem. Em seguida, tome a decisão de unir-se ao remanescente fiel do povo de Deus, que vive de acordo com a sua vontade.
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