terça-feira, 5 de abril de 2016

Botânica de Deus: Arruda

Planta com folhas azul-esverdeada com cheiro forte, era utilizada na região do mediterrâneo comom remédio e tempero, seu nome em grego é "peganom" e é citadas em lucas 11.42 como planta que os fariseus pagavam o dízimo. A simbologia da arruda citada na Bíblia abrange muitos povos e eras: Usada nos banhos distribuídos na Universal, como aqueles feitos nas reuniões de descarrego cuja intenção é despertar a fé das pessoas, a erva conhecida como arruda representa purificação espiritual desde os mais remotos tempos – tão remotos que não é fácil determinar quando, pois tal uso viria de bem antes da Grécia Antiga, onde já era utilizada. Na Grécia, aliás, era usada como defesa para doenças contagiosas, costume preservado até a época da peste negra, que dizimou um terço da população europeia (cerca de 75 milhões de pessoas) no século 14. Na Idade Média já era usada como “proteção” contra bruxaria, e para aspergir água abençoada pela igreja romana de então, fruto do sincretismo em relação aos velhos costumes de outras crenças. Seu uso nos tempos bíblicos fica evidente nas palavras do próprio Senhor Jesus, ainda que Ele não fale diretamente a respeito de sua utilidade: “Mas ai de vós, fariseus! Porque dais o dízimo da hortelã, da arruda e de todas as hortaliças e desprezais a justiça e o amor de Deus; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas.” Lucas 11.42 A fama de “purificadora” da planta de cheiro forte ganhou espaço ao longo das eras em várias crenças. No Brasil colonial, escravas africanas vendiam a arruda como amuleto de sorte e proteção. Parte de sua ligação com a purificação contra males físicos e espirituais é a sua grande resistência. A arruda é uma planta rústica, que precisa de muito pouco para crescer forte e florescer em abundância, mesmo em terrenos difíceis. Cresce muito rápido (em cerca de 4 meses)  e muito dificilmente é atacada por pragas – acredita-se que pelo forte odor, por isso usada para espantar insetos em algumas culturas, com ramos ou vasos perto de portas e janelas. A arruda é nativa da região dos Bálcãs, no sudeste da Europa, área que inclui Albânia, Bósnia e Herzegovina, Bulgária, Grécia, Macedônia, Montenegro, Sérvia, Kosovo, a parte europeia da Turquia, e, segundo alguns estudiosos, também Croácia, Romênia, Eslovênia e Áustria. Compreensível, portanto, que registros do uso da planta na antiga e poderosa cultura grega tenham sido encontrados. Para os romanos também, como consta de registros de Plínio, o Velho, naturalista e político romano do século 1, que citou o uso medicinal – cheio de contraindicações – da erva. Parte da ligação da arruda com a purificação vem também da Lituânia, onde é considerada a “erva nacional” do país (como a rosa para os britânicos e a flor de lis para os franceses), representando a virgindade e a decência femininas. No Reino Unido e na Ucrânia, algumas canções tradicionais herdadas da Idade Média citam a planta como símbolo do arrependimento pelo pecado – fator imprescindível para a limpeza espiritual, o que explica muito da simbologia atual do uso de seus ramos.

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