sábado, 25 de junho de 2022

Esboço de sermão pastor Euzebio: Nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda!

Nenhum Mal Te Sucederá, Nem Praga Alguma Chegará à Tua Tenda!
Texto Bíblico: Salmos 91:10

Essa declaração foi feita pelo salmista anônimo que escreveu o Salmo 91. Nesse salmo o escritor bíblico fala da bem-aventurança daqueles que fazem do Senhor a sua habitação. Somente esses podem estar confortados na promessa de que “nenhum mal de sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda”. Vamos procurar entender melhor está declaração e o que ela implica em nossa vida cristã.
“Nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda” é uma declaração que significa que Deus cuida providencialmente daqueles que são seus. Esse cuidado é específico e pessoal, e não uma ideia de proteção generalizada e abstrata. Cada detalhe da vida do cristão está debaixo do controle soberano do Senhor. Sem dúvida essa declaração traz uma promessa maravilhosa para o cristão. Mas ela deve ser interpretada da forma correta para que não haja qualquer mal entendido.
A pergunta aqui é: O que o salmista quer dizer com: “Nenhum mal te sucederá”?
Em primeiro lugar, quando o salmista diz: “Nenhum mal te sucederá” isso não significa que o crente está imune às adversidades, sofrimentos e aflições desta vida. O próprio Senhor Jesus Cristo nos alerta que no mundo teremos aflições (Jo 16:33);
Em segundo lugar, embora provações e sofrimentos dos mais variados tipos aflijam o crente ao longo de sua vida, ele não é esmagado pelos sofrimentos, porque o Senhor o preserva e o sustenta. Antes de dizer: “Nenhum mal te sucederá”, o salmista diz: “O Senhor é o meu refúgio” (Sl 90:10). Então o que basicamente ele diz é: “Se você fizer do Senhor o seu refúgio, nenhum mal te sucederá”. Amém ... Aquele que está refugiado no Senhor não teme a adversidade. Ele sabe que haverá aflições neste mundo, mas também sabe que Cristo venceu o mundo, e por isso ele pode ter bom ânimo para enfrentar o que for. O crente sabe que o que quer que lhe aconteça, nada lhe machucará, pois sua esperança está além das coisas passageiras deste mundo. Para o cristão, algo realmente danoso seria perder o favor do Senhor. Mas a boa notícia é que a Bíblia diz que nada pode separar o cristão do amor de Cristo Jesus; ainda que venha sobre ele tribulação, angustia, fome, necessidade, perigo ou espada (Rm 8:35). Tendo essa certeza, de fato o redimido pode descansar tomando para si a declaração: “Nenhum mal te sucederá”.
Por outro lado a declaração: “Nem praga alguma chegará à tua tenda” complementa a primeira declaração: “Nenhum mal te sucederá”. O motivo para isso também fica claro nas palavras do salmista: “Fizeste ao Altíssimo a tua morada” (Sl 91:9). Evidentemente aquele que faz do Senhor a sua habitação, praga nenhuma poderá alcançar a sua morada. Como a palavra “praga” traduz um termo hebraico que pode ser usado como uma metáfora para “ferida”, “peste” ou “doença”, muitas pessoas aplicam essa declaração no sentido de que um verdadeiro cristão jamais é perturbado por doenças. Mas obviamente esse tipo de interpretação é completamente errado. Na própria Bíblia há vários exemplos de crentes que sofreram com enfermidades (2 Rs 13:14; At 9:36,37; Fp 2:25-27; Gl 4:13; 1 Tm 5:23; 2 Tm 4:20). Na verdade a declaração: “Nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda” não é um tipo de encantamento ou um mantra que confere proteção a quem recita essas palavras. Antes, essa declaração é uma promessa de que ainda que Deus não interrompa as aflições dos crentes neste mundo, eles têm a certeza de que podem contar com a presença graciosa do Senhor em seus problemas. Muitas vezes Deus não livra seus filhos dos problemas, mas os livra nos problemas, dando força e ânimo. Deus não livrou Sadraque, Mesaque e Abednego do fogo, mas os livrou no fogo. Deus não livrou o profeta Daniel da cova dos leões, mas o livrou na cova. Você está entendendo?
Além disso, a providência divina muitas vezes usa o próprio mal como instrumento para o bem. O profeta Jonas foi engolido por um grande peixe, mas foi isso que lhe manteve vivo nas profundezas das águas do mar. O jovem José foi jogado por seus irmãos num poço e depois foi vendido como escravo pelos ismaelitas no Egito. Mas foi por meio desse mal que o povo da aliança foi preservado num tempo de crise mortal. Depois, quando já era governador do Egito, o próprio José reconheceu: “Vocês planejaram o mal contra mim, mas Deus o tornou em bem, para que hoje fosse preservada a vida de muitos” (Gn 50:20). Então pouco importa se moramos num palácio ou numa cabana. Se Deus for a nossa habitação, então de fato essa promessa é para nós: “Nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda”. Podemos encontrar uma boa explicação do que isso realmente significa nas palavras do apóstolo Paulo na véspera de ser martirizado em Roma: “O Senhor me livrará de todo mal e me levará em segurança para o seu Reino celestial. A ele seja dada a glória para todo o sempre! Amém!” (2 Tm 4:18).
Conclusão: O povo de Deus certamente precisa orar clamando pelo livramento das epidemias. Entretanto, o crente piedoso não pode se iludir com falsas promessas. O cristão, por mais piedoso que seja, está sujeito às aflições pertinentes a esse mundo caído. Não está livre dos efeitos cósmicos do pecado. O cristão está sujeito a acidentes. Cristão também morre de câncer. Está sujeito a todo tipo de enfermidade. Também pega coronavírus. O cristão também fica desempregado. É assaltado por bandidos cruéis. Entretanto, possui uma certeza absoluta: o seu tesouro será preservado até o Dia final (2Tm 1:12); a esperança viva domina o coração do crente, pois sua herança está preservada nos céus, onde Cristo o aguarda (1Pe 1:3-5). Aquele que crê em Cristo sempre será abrigado à sombra do Altíssimo aqui nessa vida, em meio às tormentas dessa vida, e para todo o sempre. Nada o separará do amor de Deus que está em Cristo Jesus.

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