Rhoda Zakka, 19 anos, ainda tem os olhos tristes. Ela testemunhou o assassinato de seu pai, o pastor Zakka Ciroma, durante o conflito religioso em Yelwa.
"Em uma manha de fevereiro de 2004, eu e meus irmaos fomos acordados por nossos pais para irmos a reuniao de oraçao diaria da Igreja de Cristo na Nigeria, onde meu pai era pastor. A reuniao estava quase terminando quando ouvimos tiros vindos de diferentes direçoes da cidade. Cristaos de outras igrejas correram para a nossa, em fuga. Do lado de fora, muçulmanos vestidos de soldados cercavam o edificio, carregando armas sofisticadas. Nao acreditei quando os militantes invadiram a igreja. Agarrei-me ao meu pai que, segurando-me em seus braços, dizia-me para confiar em Deus. Ele falava com os olhos cheios de paz, mas, antes que pudesse terminar, um extremista o tirou de nos.
Um a um, os homens foram degolados dentro da igreja. Meu irmao de apenas 3 anos, tambem morreu. As mulheres e algumas crianças foram poupadas e puderam fugir", conta Rhoda.
"A vida ficou realmente dificil. Nao sabiamos por onde começar", comenta a jovem, que teve de abandonar a escola para ajudar a sustentar a familia, composta por ela, sua mae e mais tres irmaos pequenos. Algum tempo depois, sua mae casou-se novamente, deixando os filhos aos cuidados do irmao mais velho de Rhoda, ja casado.
"Quando achamos que chegariamos ao fundo do poço, Deus enviou pessoas que nos deram comida, roupas e dinheiro. Glorificamos a Deus por sua fidelidade em nossas vidas", diz a moça.
Rhoda deseja terminar o ensino medio e, entao, ir para a faculdade. Como mulher, suas alternativas sao escassas. No entanto, diz ela "com Deus ao meu lado, vou viver meus sonhos algum dia".
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