São três horas da tarde, sob o sol escaldante de Jerusalém, o corpo irreconhecível de um homem pende inerte no alto de uma cruz. A multidão que até então se comprimia para assistir o momento da crucificação, vai se retirando. Não se ouve mais os gritos da turba que dizia "crucifica-o, crucifica-o", silenciou os estalos dos chicotes sobre aquele corpo ferido, calou-se a voz de comando dos soldados romanos, como também calou a voz daquele que por três anos e meio pregou a justiça, o amor e o perdão. Suas mãos que sempre estenderam para abençoar, para num gesto de amor aliviar o sofrimento de alguém estão dilaceradas, cravadas junto ao tosco madeiro, seus pés que nunca se cansaram em busca daqueles que sofriam, estão paralisados por grandes pregos, seus braços que sempre estenderam para abraçar o próximo com profundo amor estão ensanguentados, estendidos sobre o patíbulo da cruz. Irreconhecível, desfigurado, o homem que veio ao mundo, unicamente para trazer a paz e amor. Estava ali Jesus de Nazaré, aquele que um dia o profeta Isaías escreveu a seu respeito, setecentos anos antes de sua vinda ao mundo. Ele foi subindo como renovo perante ele, como raiz de uma terra seca, não tinha parecer nem formosura e, olhando nós para Ele, nenhuma beleza víamos para que o desejássemos. Era desprezado e o mais indigno entre os homens, homem de dores, e experimentado no sofrimento. Como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos caso dele algum. Verdadeiramente Ele tomou sobre as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si, contudo nós consideramos como aflito, ferido de Deus, e oprimido, mas Ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades. O castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Is 53:2-5
Por um preço vil, trinta moedas de prata, mataram o filho de Deus, pregando-o numa cruz. Fizeram calar o homem que com palavras simples, mas de grande carisma fazia vibrar a alma de seus ouvintes desde a criança até o mais velho. O carpinteiro que com seu jeito simples de ser e seus sábios ensinamentos confundia os ensinamentos teológicos do rabino Gamaliel, quebrando leis, desfazendo os dogmas de um povo que se orgulhava de ser descendente do patriarca Abraão. Firmados nas antigas leis de Moisés, dois mil anos se passaram, seu amor continua o mesmo, pronto para amar a todos quanto o quiserem, sem reserva, e não faz acepção de pessoas, rico ou pobre, sábio ou não, intelectual ou andarilho. Ficamos estarrecidos e perplexos diante dos acontecimentos que hoje assolam o mundo: guerras, terremotos, fome, doenças, pais matando filhos, filhos matando pais, milhares de vidas sendo ceifadas. Tudo isso comprova a veracidade de suas Palavras. Mateus 24
Para que fiquemos atentos em tudo e possamos entender seu amor por nós. Suas Palavras continuam com o mesmo poder, seus ensinamentos a cada dia nos dirigem por caminhos retos, suas profecias se cumprem na íntegra.
"O céu e a terra passarão, mas minhas Palavras jamais passarão". Mateus 24:35
Fonte: Jornal Taperá
Escrito por: Célio Carvalho
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