quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Esboço de sermão pastor Euzebio: A gloria da segunda casa será maior do que da primeira.

“A gloria da segunda casa será maior do que a da primeira”
Texto Bíblico: Ageu 2:9
Introdução: Esta é uma frase muito conhecida entre os cristãos e também muito utilizada nas mais diversas situações. Por ex. muitos a utilizam nos apelos para a construção de um novo prédio, ou muitas vezes, na própria inauguração de tais prédios, com o objetivo de dizer: “Este será muito melhor do que o outro”. Também é bastante comum a aplicação dessa frase no sentido de conquistas e realizações. Campanhas sobre “a glória da segunda casa” não faltam. Até mesmo hinos já foram compostos falando sobre isto. Porém esta expressão fala sobre a construção do segundo templo em Jerusalém. Os israelitas estavam desanimados, porque o segundo templo não era tão bonito como o primeiro, mas Deus prometeu que teria uma glória maior. A glória de Deus não depende de riqueza material. A “casa” (como aparece em algumas traduções) era o templo de Deus em Jerusalém. O primeiro templo tinha sido construído por Salomão, no auge do poder de Israel. O edifício era gigantesco e magnífico, cheio de decorações e construído com os materiais mais caros. O próprio rei Davi havia deixado recursos em abundância para que seu filho Salomão construísse o templo. Mas, alguns séculos mais tarde, o templo foi destruído por Nabucodonosor, o rei da Babilônia, e os israelitas foram levados para o exílio. Cerca de 70 anos depois, os israelitas voltaram para sua terra e decidiram construir um novo templo. Mas agora eles não tinham os recursos para construir um templo tão belo como o primeiro. O novo templo teria de ser mais pequeno e mais simples. Isso desanimou o povo e a construção ficou parada bastante tempo (Ed 3:12). Então, Deus enviou o profeta Ageu para motivar o povo a completar a construção do templo. Ele lembrou o esplendor do primeiro templo mas disse que deveriam continuar a construir o templo menor, porque Deus prometeu estar com eles (Ag 2:3-5). O templo era o símbolo da presença de Deus entre o povo de Israel. E, mesmo sendo mais pequeno, o segundo templo teria uma glória maior que o primeiro. Para entendermos melhor o significado disto precisamos: Primeiramente saber que essa “segunda casa” na verdade é o “segundo Templo” que foi construído em Jerusalém, e a frase original traz a expressão “esta última casa” ao invés de “segunda casa”. Esta frase faz parte da série de quatro mensagens proféticas da parte de Deus que o profeta Ageu trouxe ao povo. O profeta chamou o povo ao arrependimento, e os conclamou a retomarem a reconstrução do Templo, e, a partir do versículo 12 do capítulo 1, vemos que o povo deu ouvido à voz do Senhor por intermédio de Ageu. Quando os construtores retomaram o projeto de reconstrução do Templo, aparentemente houve uma grande frustração, pois começaram a comparar a construção atual com o Templo anterior, o mesmo que foi construído nos dias de Salomão (Ag 2:1-3). O primeiro Templo era magnífico, era extraordinário em riquezas, e o segundo Templo parecia ser infinitamente inferior. A realidade do povo também já não era a mesma. Nos dias de Salomão, o reino estava unido e havia grande prosperidade, mas nos dias de Ageu o povo tinha acabado de sair do exílio e faltavam recursos. Diante de tal realidade, o povo ficava cada vez mais desanimado. Então o Senhor começou a encorajar aquele povo, começando pela liderança, na pessoa de Zorobabel, governante de Judá, e Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote. Os líderes são enfatizados na profecia de Ageu porque cabia a eles iniciar a obra. Deus lembra o povo da aliança que havia sido feita no êxodo do Egito, e garante que da mesma forma com que esteve presente entre o povo durante a peregrinação no deserto, também estaria com eles nesse momento. É interessante perceber que a palavra do Senhor veio a Ageu exatamente no último dia da Festa dos Tabernáculos, uma festa onde o povo celebrava a provisão recebida de Deus durante o período em que estiveram no deserto e as bênçãos da colheita. Tempos depois, no último dia da mesma festividade, Jesus se levantou e proclamou: “Se alguém tem sede, venha a mim, e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre” (Jo 7:37b,38). Aqui podemos entender que a profecia de Ageu era bem mais profunda do que até então eles poderiam imaginar. O profeta falou sobre um abalo universal que Deus faria ocorrer. De forma primária, tal profecia se refere à verdade de que é Deus quem tem o controle de todas as coisas em suas mãos, e, após essas palavras, nunca mais houve estabilidade política. Todos os grandes impérios caíram.  Entretanto, quando lemos essa promessa à luz do Novo Testamento, percebemos que o abalo final do céu e da terra acontecerá na volta de Cristo (Hb 12:26-28), e a profecia encontrará seu cumprimento pleno quando os santos herdarão as riquezas da nova terra (Mt 5:5; 19:28,29). A promessa de Deus em Ag 2:9 se refere ao fato de que aquele Templo seria o Templo dos últimos dias, ou seja, o Templo em que o Messias adentraria. Se o primeiro Templo foi esplendoroso em riqueza, esse seria esplendoroso em glória. Se no primeiro Tempo podia ser visto muito ouro e prata, nesse segundo Templo o dono do ouro e da prata é quem poderia ser visto. A promessa de que a “glória desta última casa será maior do que a da primeira” foi finalmente cumprida em Cristo, a maior manifestação da glória e da presença de Deus. O apóstolo Paulo, na Carta aos Efésios, nos ensina que a glória de Cristo é vista em sua Igreja, o templo de Deus (Ef 2:21; 3:20,21). Sobre a paz que é prometida, podemos entender que não se referia apenas aos resultados dos esforços da restauração, mas uma paz infinitamente maior. A palavra paz em hebraico não implica somente na ausência de conflitos, mas num sentimento de total prosperidade e bem-estar. Assim, o Novo Testamento nos mostra que trata-se da paz que Cristo nos deu (Jo 14:27), conquistada no calvário, uma paz que excede todo o entendimento (Fp 4:7), e que guarda os nossos corações e as nossas mentes. Essa paz nos reconciliou com Deus.
Conclusão: Finalmente, toda essa profecia se cumprirá em sua plenitude no momento em que o Deus Todo-Poderoso e o Cordeiro serão eles próprios o Templo da Nova Jerusalém, a noiva do Cordeiro, no novo céu e nova terra. Portanto, a interpretação correta da frase “a glória desta última casa será maior que a da primeira” se refere diretamente a Cristo e ao significado de sua obra redentora, e não a qualquer outra aplicação que remeta a bens e prosperidades materiais. O segundo templo teve a honra da presença do Salvador do mundo! A presença de Jesus é muito mais importante que riqueza material, fama ou beleza. Todos os bens materiais do mundo não valem nada em comparação com a salvação em Jesus. Por causa de Jesus, a glória do segundo templo foi maior que a glória do primeiro. amém

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