quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Esboço de sermão pastor Euzebio: O genuíno arrependimento.

“O genuíno arrependimento”
Texto bíblico: Salmo 51:1-18
Introdução: Arrependimento é um assunto central e importante na Bíblia, no entanto tem sido tão negligenciado em nossos dias. No Novo Testamento a palavra principal para arrependimento é metanóia: disposição interior para mudar.  Arrependimento é se sentir triste por causa de seu pecado e decidir mudar. Quem se arrepende rejeita o pecado e reconhece que precisa de Jesus para ser salvo. O verdadeiro arrependimento vem da convicção do pecado pelo Espírito Santo e leva você a mudar de vida, com a ajuda de Jesus. O arrependimento vem do coração, mas é revelado na sua vida! Quem se arrepende tem uma atitude diferente: é humilde e tenta fazer o que é correto para agradar a Deus. O arrependimento é a condição essencial para a salvação. “Arrependimento para a vida é uma graça salvadora pela qual o pecador, tendo um verdadeiro sentimento do seu pecado e percepção da misericórdia de Deus em Cristo, se enche de tristeza e de horror pelos seus pecados, abandona-os e volta para Deus, inteiramente resolvido a prestar-lhe nova obediência”.  No Salmo 51, podemos ver 4 formas como o Espírito trabalha o verdadeiro arrependimento:
1) Abre nossos olhos para a necessidade de lamentarmos o nosso pecado: A lamentação bíblica começa com um novo senso da pecaminosidade do pecado. Nos versículos 1-2, Davi usa três termos diferentes para falar de seu pecado: transgressões (rebelião contra a autoridade suprema de Deus), iniquidade (impiedade interior que perverte a nossa alma), e pecado (errar o alvo de glorificar a Deus e servir o nosso próximo). O Espírito Santo já abriu seus olhos para lhe ver como você de fato é através do espelho da lei de Deus? Davi viu! (v.4 “Contra ti, só contra ti, pequei e fiz o que tu reprovas, de modo que justa é a tua sentença e tens razão em condenar-me.)
2) Move nossos corações para confessar pecados específicos: “Livra-me da culpa dos crimes de sangue, ó Deus, Deus da minha salvação! E a minha língua aclamará a tua justiça”. V.14.  Crimes de sangue: significavam pecados de sangue que mereciam a pena de morte (que incluía o pecado de adultério e assassinato). Davi confessou especificamente seus pecados e confessou toda a culpa de seus pecados. Ele não colocou a culpa nos outros ou nas circunstâncias. O verdadeiro arrependimento não esconde nada de Deus e entrega tudo a sua justiça.
3) Redireciona nossos pés para abandonar o pecado: O arrependimento contém emoções, mas se não passar de emoções não é verdadeiro arrependimento. Muitas pessoas podem lamentar as consequências do pecado, mas não estarem verdadeiramente arrependidas. Davi ora para que Deus o lave completamente do seu pecado (v. 2 “Lava-me de toda a minha culpa e purifica-me do meu pecado”.), não só uma lavagem exterior. O verdadeiro arrependimento não é algo rápido, mas uma dor sincera no coração que nos leva a modificar nossas vidas e redireciona a nossa vontade. O arrependimento tem um lado negativo (afastar-se do pecado) e um positivo (olhar para Cristo e aproximar-se de Deus).
4) Libera nossas línguas para clamarmos por misericórdia: A fé sempre está junta com o arrependimento verdadeiro e ela leva a pessoa arrependida a olhar para Cristo, a fim de que não caia em desespero. O verdadeiro arrependimento não é como o de Esaú, que buscou com lágrimas, mas não confiou em Deus. O arrependimento nunca se esconde de Deus, mas, como Davi, confia na graça: “coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus” (v. 17). O arrependimento trabalhado pelo Espírito é sempre a restauração trabalhada pelo Espírito por causa de Jesus Cristo!
Em todas as épocas, desde que nossos primeiros pais foram expulsos do Jardim do Éden, Deus tem insistido no arrependimento. Entre os patriarcas, Jó disse: "Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza" (Jó 42:6). Sob a vigência da Lei, Davi escreveu os salmos 32 e 51. João Batista clamou: "Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus" (Mt 3:2). Cristo declarou a respeito de Si mesmo que viera "chamar... pecadores ao arrependimento" (Mt 9:13). Pouco antes de sua ascensão, Cristo ordenou "que em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as nações, começando de Jerusalém" (Lc 24:47). E os apóstolos ensinaram a mesma doutrina, "testificando tanto a judeus como a gregos o arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus" (At 20:21). Portanto, qualquer sistema de religião entre os homens que não inclua o arrependimento é falso.
Conclusão: Matthew Henry disse: "Se o coração do homem tivesse permanecido reto e puro, as consolações divinas seriam recebidas sem essa dolorosa operação precedente. Mas, visto que o coração do homem é pecador, tem de ser primeiramente quebrantado, antes de receber paz; tem de labutar, antes de obter descanso. Para haver a cura, a ferida precisa ser examinada. A doutrina do arrependimento é uma doutrina correta do evangelho. Não somente o austero João Batista, que foi considerado um homem melancólico e pessimista, mas também o amável e gracioso Jesus, cujos lábios transbordavam doçura, pregou o arrependimento". Embora o arrependimento seja um dever óbvio e freqüentemente ordenado, só pode ser realizado de modo verdadeiro e eficaz pela graça de Deus. É um dom do céu. Paulo orientou Timóteo a instruir, com mansidão, aqueles que se opunham, na expectativa de que Deus lhes concedesse "o arrependimento para conhecerem plenamente a verdade" (2 Tm 2:25). Cristo foi exaltado como Príncipe e Salvador, "a fim de conceder... o arrependimento" (At 5:31). Assim, quando os gentios foram introduzidos na igreja, esta glorificou a Deus, dizendo: "Logo, também aos gentios foi por Deus concedido o arrependimento para vida" (At 11:18). Deus "notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam" (At 17:30). A base da ordem é o fato de que todos os homens, onde quer que estejam, são pecadores. Nosso bendito Salvador não tinha pecado. Ele não podia se arrepender. Com essa única exceção, desde a Queda, nunca existiu qualquer pessoa justa que não necessitasse de arrependimento. E ninguém é mais digno de compaixão do que os homens infelizes e iludidos que não vêem em seu coração nada do que se arrependerem. amém




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