segunda-feira, 5 de agosto de 2019

SALMOS 119:97-104 - Os inúmeros benefícios derivados da leitura e do estudo da Palavra de Deus.

SALMOS 119:97-104
97 Como eu amo a tua lei! Medito nela o dia inteiro.
98 Os teus mandamentos me tornam mais sábio que os meus inimigos, porquanto estão sempre comigo.
99 Tenho mais discernimento que todos os meus mestres, pois medito nos teus testemunhos.
100 Tenho mais entendimento que os anciãos, pois obedeço aos teus preceitos.
101 Afasto os pés de todo caminho mau para obedecer à tua palavra.
102 Não me afasto das tuas ordenanças, pois tu mesmo me ensinas.
103 Como são doces para o meu paladar as tuas palavras! Mais que o mel para a minha boca!
104 Ganho entendimento por meio dos teus preceitos; por isso odeio todo caminho de falsidade.
COMENTÁRIOS
A décima terceira divisão de oito versículos do Salmo 119 inicia com a letra מ — mem que significa: “água fluindo”. Esta letra era usada para indicar o numeral 40. Normalmente é transliterada como a letra “m” em português. A partir dessa porção o Salmista não irá mais dar ênfase nas suas dificuldades. Ele irá se concentrar, exclusivamente, na pessoa de Deus e Sua Santa Palavra. Nesses versículos de 97 a 104, o Salmista irá discorrer acerca dos privilégios e benefícios de ser ensinado por Deus e por Sua Santa Palavra.
A. O Salmista e sua atitude para com a Palavra de Deus — versos 97 e 103.
Verso 97 — Não tendo nenhuma outra maneira de expressar sua atitude para com a Palavra de Deus, o Salmista se expressa mediante o uso de uma exclamação: Quanto amo a tua lei!
1. Esta forma de se expressar do Salmista indica claramente as seguintes verdades:
a. Quanto mais o Salmista lê, mais ele ama a Palavra de Deus.
b. Quanto mais ele ama a Palavra de Deus, mais ele deseja ler a mesma. De fato ele diz que a Palavra de Deus é sua meditação durante todo o dia!
c. Em nenhum momento o Salmista manifesta a idéia de que a Palavra de Deus lhe era pesada ou restritiva. Pelo contrário, ele encontrava prazer e alegria em comunhão com a Palavra de Deus — ver Salmos 119:14, 16, 24, 47, 72 e etc.
Verso 103 — Outra forma que o Salmista encontra de expressar como ele percebe a Palavra de Deus é compará-la ao mel. De fato, ele diz que a Palavra de Deus lhe era mais doce que o mel. Essa metáfora, apesar de ser nova no Salmo 119, reflete o que encontramos no Salmos 19:10, onde o Salmista nos diz que os mandamentos do SENHOR: “São mais desejáveis do que ouro, mais do que muito ouro depurado; e são mais doces do que o mel e o destilar dos favos”.
1. Note que para o Salmista não havia distinção entre promessas, preceitos, doutrinas ou ameaças. Todo o conteúdo da Palavra de Deus lhe era igualmente precioso.
B. O Salmista e os benefícios derivados da Palavra de Deus – versos 98—102.
Nesses versículos, O Salmista vai nos dizer as consequências diretas de ser ensinado por Deus e por Sua Santa Palavra.
Verso 98 — O primeiro privilégio derivado de ser ensinado por Deus e por Sua Santa Palavra é tornar-se sábio. Essa foi uma promessa feita por Deus ao povo de Israel por meio de Moisés em Deuteronômio 4:5—6 onde se lê:
“Eis que vos tenho ensinado estatutos e juízos, como me mandou o SENHOR, meu Deus, para que assim façais no meio da terra que passais a possuir. Guardai-os, pois, e cumpri-os, porque isto será a vossa sabedoria e o vosso entendimento perante os olhos dos povos que, ouvindo todos estes estatutos, dirão: Certamente, este grande povo é gente sábia e inteligente”.
As implicações destas palavras são as seguintes:
1. O conhecimento da Palavra de Deus oferece uma sabedoria que vai muito além da esperteza humana. Sabedoria é conhecimento colocado em prática.
2. Esse conhecimento da palavra de Deus, associado a uma vida de obediência fiel e habitual produzem um tipo de sabedoria que não pode ser alcançada de nenhuma outra forma! Sabedoria verdadeira é fruto da obediência a Deus e Seus mandamentos.
3. Uma vida de verdadeira santidade é a maior prova de sabedoria e a melhor defesa que podemos ter contra os inimigos.
Verso 99 — Neste verso o Salmista reconhece várias verdades básicas:
1. Mestres humanos não são confiáveis. Eles possuem uma agenda e querem vê-la cumprida. Temos que ter muito cuidado com eles.
2. Mestres humanos não possuem o genuíno conhecimento da salvação, com exceção daqueles que são crentes. De fato a maioria dos mestres neste mundo não possui nenhum tipo de discernimento espiritual.
3. Existe mais sabedoria nos mandamentos do Senhor do que em todo o conhecimento humano.
Verso 100 — O salmista reconhece que o estudo da Palavra de Deus o faz mais prudentes do que as pessoas mais velhas ou mais experimentadas. Meu pai costumava dizer que: “não existe nada como um tolo, mas não existe nada mesmo, como um velho tolo”. Idade não é sinal automático de sabedoria. Lutero, o reformador, dizia: “Antiguidade não serve como antídoto contra a estupidez”.
Versos 101—102 — Nesses dois versos o Salmista faz um contraste entre:
1. Desviar os pés de todo mau caminho — verso 101. A Bíblia diz que o mundo inteiro jaz no maligno — ver 1 João 5:19. Temos, portanto, que tratar o mundo de acordo com a revelação de Deus. Temos que nos manter alertas contra sua aparência, seu brilho, suas mentiras e trapaças. Todos os caminhos e ofertas do mundo precisam ser rigorosamente desprezados.
2. Não se apartar dos juízos de Deus — verso 102. Ao optarmos por Deus e Seus caminhos estamos declarando guerra ao mundo e àquele que controla o curso deste mundo que é o maligno, mencionado no verso de 1 João acima. Mesmo com tamanha oposição, o Salmista sustenta sua decisão, porque é Deus mesmo quem o ensina!
C. O Salmista e a única conclusão possível diante do que foi exposto anteriormente — verso 104.
Note que o Salmista inicia esta porção dizendo: “amo a tua lei”. Por semelhante modo, ele termina dizendo: “detesto todo caminho de falsidade”. É impossível andar com Deus, ler e estudar a Palavra de Deus, ser ensinado por Deus e ser, ao mesmo tempo, tolerante com o erro e a falsidade. A expressão “caminho de falsidade” nesse verso diz respeito a todos os caminhos que conduzem ao erro e ao pecado. O Salmista se recusa a compactuar com o erro tenha ele a forma que tiver.
Conclusão:
1. Como o Salmista, nós devemos entrar no abençoado ciclo de ler a Palavra de Deus cada vez mais, porque a amamos e amá-la cada vez mais porque lemos a mesma, cada vez mais! Como diz o apóstolo João: “Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; ora, os seus mandamentos não são penosos” — 1 João 5:3.
2. Temos que aprender, na prática, o significado das palavras de Jesus quando disse: “Eis que eu vos envio como ovelhas para o meio de lobos; sede, portanto, prudentes como as serpentes e símplices como as pombas” — Mateus 10:16. Como podemos agir assim? Somente obtendo a sabedoria divina advinda da leitura e do estudo constante da Palavra de Deus.
3. Temos que aprender a detestar todo caminho de falsidade. Quando acreditamos em algo falso ou mentiroso cometemos pecado contra o SENHOR. Por este motivo devemos estar prontos para reconhecer o caminho da falsidade. Como? Conhecendo o caminho da verdade por meio de estudo da palavra de Deus e deixando-nos ensinar por Deus mesmo.

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